Escravidão contemporânea no Brasil resumo

Escravidão contemporânea no Brasil

O trabalho escravo foi abolido no Brasil no dia 13 de Maio de 1888, através do sancionamento da Lei Áurea ou Lei Imperial n° 3.353. Esse momento foi  um dos mais importantes na história do país, em relação aos direitos da humanidade, onde muitos, dali por diante, deixavam de ter sua mão de obra explorada pelos grandes engenhos e capitalistas.

Mas ao observar o período contemporâneo, é possível ver que ainda há resquícios desse contexto em nosso país e em várias partes do mundo, porém, o modelo de trabalho escravo da atualidade se manifesta de forma um pouco singular do que a vivida anteriormente.

Escravidão contemporânea no Brasil
Pés acorrentados representando a escravidão.
(Foto: Reprodução)

Hoje, é considerado como uma função escravista no Brasil, todo o trabalho forçado que envolve restrições à liberdade do empregado, onde o trabalhador é obrigado a realizar atividades sem receber nenhum tipo de pagamento ou quando esse valor é pago em baixíssima escala, fazendo com que nem mesmo as suas necessidades básicas de moradia e alimentação sejam supridas.

Essa particularidade trabalhista é considerada ilegal e atendem com mais frequência as classes pobres, que possuem pouco ou nenhum acesso a  educação, saúde, segurança, entre outros fatores relevantes para o bem estar de cada indivíduo.

Os principais ramos atualmente que fornecem a efetivação de trabalho escravo são a agricultura, indústria e alguns pontos de comércio. Dentre a faixa etária mais afetada por esse transtorno, pode-se citar a dos jovens, isso porque muitos saem em busca de oportunidades de emprego, visando o crescimento e um melhor futuro, mas acabam sendo aliciados por essa ilegalidade.

Os grandes beneficiários da escravidão contemporânea são os grandes empresários e fazendeiros,pois suas áreas no mercado necessitam de uma demanda elevada de funcionários e através desse modelo escravista, eles conseguem obter uma economia relevante, em vista da contratação formal e correta de cada um dos seus trabalhadores.

Atualmente, a CONATRAE (Comissão Nacional Para a Erradicação do Trabalho Escravo), juntamente com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, são responsáveis por fiscalizar e monitorar o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, projeto que foi criado no ano de 2013 e vem ajudando muito a combater o trabalho escravo ainda existente no país. 

Formas de trabalho escravo

Formas de trabalho escravo

O símbolo da escravidão no Brasil são os africanos, foram trazidos para o nosso país entre os séculos XVI e XIX, para exercer trabalhos forçados em grandes engenhos, principalmente nos de cana-de-açúcar, caracterizado na época como uma das mais relevantes atividades econômicas coloniais.

Nesse momento, existiam ainda os escravos que realizam outros tipos de serviços como os braçais, domésticos, aprendizes, vendedores, mestres em artesanato, barqueiros, entre outras funções.

Formas de trabalho escravo
Mãos acorrentadas.
(Foto: Reprodução)

Somente nos séculos XVIII e XIX, novas atividades foram atribuídas para esses indivíduos, com mais intensidade para os que habitavam próximo a região de Minas Gerais, pois era o início da ascensão da mineração, onde milhares deles exerciam procedimentos em minas e na agropecuária, além de se desempenharem em execuções de tropeirismo, criação de gado, cuidados e zelamentos com animais, principalmente os que eram responsáveis em fazer o transporte das mercadorias.

Já ao observar o contexto urbano, a dinamização escravista se faziam ainda maior que em âmbitos rurais, isso porque inúmeras formas de trabalho eram vistas, tanto para homens quanto para mulheres, crianças e até mesmo idosos, que desempenhavam no geral funções de carpinteiros, sapateiros, marceneiros, alfaiates, ferreiros, escravos de ganho, vendedores, amas de leite, doceiros, entre outros.

Escravidão moderna

Mesmo com tantas formas de trabalhos escravos vividas na antiguidade, após a abolição pela Lei Áurea, no ano de 1888, a democracia atual se faz como uma normatização frágil e mesmo com a proibição desse modelo de trabalho, ainda é possível constatar sua presença na sociedade moderna.

A escravidão contemporânea tem como suas principais formas de trabalho o tráfico de pessoas e os serviços prestados involuntariamente por crianças, jovens, adolescentes, presos e infratores. O que classifica esse modelo escravista atual é a obrigação da realização de atividades involuntárias, onde a liberdade e os direitos dos indivíduos não se fazem respeitados.

zumbi dos palmares tinha escravos

Zumbi foi o último líder de Palmares, o maior quilombo do período colonial no Brasil. Ele é considerado o grande líder do movimento negro na história do Brasil, entretanto alguns fatos passam despercebidos quando estudamos a história sem procurar a fundo, um caso que ocorre com frequência nas escolas. Para compreender algo sobre o passado é preciso, primeiro, entender o contexto da época e saber analisar o pensamento daquela sociedade.

mitos sobre Zumbi
Zumbi dos Palmares
foto: reprodução

Zumbi apesar de ser considerado um líder antiescravista também tinha escravos, esse fato passa por despercebido à vista de todos. Entretanto, antes de sair julgando, é preciso entender o contexto da época, engana-se muito quem acha que negro é sinônimo de escravo, a sociedade no período colonial era escravista em todos os âmbitos, até para negros escravos existia a possibilidade de comprar escravos e isso ocorreu bastante, era muito comum ver um escravo que comprou a sua liberdade começar a comprar escravos.

Zumbi não era um líder democrático, ele sequestrava escravos para trabalharem como escravos nos quilombos, isso era visto como uma prática comum. As pessoas erram muito em acharem que os negros são um grupo homogêneo, os escravos vinham de muitas partes da África, cada um com uma cultura diferente  e muitas vezes uma tribo era inimiga da outra. Os escravos que fugiam do quilombo eram capturados e executados para servirem de exemplo.

A vontade predominante não era acabar com a escravidão, apenas com a de si próprio. A sociedade não era estagnada, essa é uma grande diferença na escravidão do Brasil, comparando-se com a dos Estados Unidos. Aqui o negro poderia ganhar posses, algo que não era possível nos Estados Unidos, mas o fato de Zumbi ter escravos não torna as suas ações menores, ele enfrentou por muito tempo a grande pressão militar que o Quilombo dos Palmares sofria.