Senhor de engenho e escravos

Casa grande

casa grande foi um dos grandes símbolos a partir século XVI, local onde os senhores de engenho moravam e aos seus arredores as senzalas onde ficavam os seus escravos, negros e mestiços que serviam a colônia e realizavam diversos serviços, tal como trabalhar nas lavouras e nas casas dos seus patrões.

Os escravos que trabalhavam dentro da casa grande, recebiam um tratamento diferenciado dos demais. Eram tratados de uma maneira mais agradável que os demais que ali habitavam. Alguns deles – e em algumas dessas casas – eram tratados como pessoas da família. Esses escravos eram chamados de ladinos, pois possuíam um bom dialeto português e diversas habilidades domésticas, sendo assim pessoas aculturadas.

Boçais

(Foto: Reprodução)
Escravos e seu Senhor de engenho (Foto: Reprodução)

Existiam ainda os ditos escravos boçais, aqueles ditos sem cultura, que possuíam mais força, recém chegados da África e que eram mandados direto para as lavouras; e os que eram nomeados em cargos “superiores”, tal como os ferreiros, os mestres de açúcar e alguns outros cargos escolhidos pelos senhores de engenho.

Crioulos

Todos os escravos que nasciam no Brasil eram chamados de crioulos. Os mais mulatos eram destinados para afazeres domésticos, de supervisão e até mesmo artesanais, já os que tinham a cor mais escura, eram os responsáveis por realizarem os trabalhos mais pesados.

Com o tempo e com a convivência muito próxima dos escravos com os senhores de engenho, alguns diretos foram concedidos, principalmente aos ladinos, tal como a liberdade de culto, a manutenção das famílias, a liberação para realizar plantações em um pedaço de terra de seu senhor, para depois realizar a venda do seu próprio produto, condições de melhor alimentação, entre outros.

Quilombo de Palmares

Como nem todos os escravos recebiam esses benefícios, no caso os boçais que realizavam o trabalho mais pesado e que não possuíam nenhum tipo de liberdade, criavam formas de resistência aos seus senhores, sendo a principal delas a criação de quilombos – local onde esses escravos fugiam e se abrigavam em comunidade. O Quilombo de Palmares foi o mais famoso deles, formado na Serra da Barriga – atualmente, Alagoas – logo no início do século XVII.

Houveram mais de 60 anos de resistência dos negros no Quilombo de Palmares, que conseguiu sobreviver a diversos ataques organizados pelos seus senhores, pelos holandeses e pela coroa.

Mesmo os senhores de engenho considerando que havia um gasto demasiado com escravos, eles não desejavam perdê-los, sendo isso por qualquer motivo ou razão, pois essa perda afetava suas atividades diretamente no engenho. Outra grande preocupação dos senhores, era manter sua família protegida desses escravos boçais e de qualquer ameaça que surgisse pela frente.

Dentre essa relação entre os senhores de engenho e os escravos, encontravam-se conflitos pela vontade de conquistas de ambos os grupos. De acordo com pesquisadores, era através dessa luta de conquistas que haviam certos momentos de harmonia entre essas classes.

Entradas e Bandeiras resumo

Em meio ao processo de colonização do Brasil, diversas buscas eram feitas no interior, principalmente as relacionadas aos metais, as pedras preciosas, aos escravos e os apresamentos indígenas. Graças a tudo isso houve a divisão das expedições entre as bandeiras e as entradas no interior das regiões do país.

Entradas

O grupo das entradas estavam os portugueses e o seu governo que queriam prender os índios e realizar a descoberta e busca de novos minérios. Em pleo século XVII, a produção açucareira estava proporcionando uma grande crise e em decorrência disso, os portugueses se sentiam incentivados a partirem em busca de novas fontes de riqueza e mais lucros para a Coroa.

Bandeirantes

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

Os bandeirantes eram os indivíduos que realizavam a exploração, buscando metais preciosos e capturando escravos para servirem de mão de obra para eles e para o governo português.

Eles não obedeciam o Tratado de Tordesilhas e irrompiam os sertões, chegando a regiões como São Paulo e São Vicente. Mas com o tempo, esse grupo se dividiu em modalidades para dar conta do serviço, sendo eles em bandeirantismo apresador, de contrato e prospector.

* Bandeirantismo apresador: visavam o aprisionamento, a compra e a venda de escravos – que eram os índios. Essa prática proporcionava grandes lucros, mas por fim a Igreja começou a intervir nesse processo e acabou entrando em conflito com o grupo;

* Bandeirantismo prospector: visavam o descobrimento de novas pedras preciosas e metais nas regiões mais interiores do país. Em fator de não possuir certezas sobre a garantia dessas descobertas, esse grupo realizou ainda a captura dos índios, a extração de drogas e várias outras atividades. Esse mesmo grupo, instaurou no fim do século XVII a exploração do ouro no estado de Minas Gerais;

* Bandeirantismo de contrato: grupo de senhores de engenho e componentes da coroa que visavam combater os índios mais rebeldes e realizar a recaptura dos escravos negros que fugiam. Além disso, eles ainda ajudavam a combater a formação de quilombos no interior do país.

Resumo Libertação dos Escravos no Brasil

O Brasil é um país que teve sua colonização realizada por portugueses no início do século XVI. Essa nova população que se apropriavam do território brasileiro, optaram por escolher um modelo escravista para que erguessem suas riquezas sem que tivessem muitos custos em relação a essa produção e a outros diversos serviços prestados para o seu bem pessoal e de sua família.

Antes de trazerem povos africanos para o país, os portugueses tentaram fazer com que as tribos indígenas que já habitavam na região, realizassem esse trabalho. Porém a Igreja Católica interviu nesse processo, fazendo com que o tráfico de escravos começasse nesse momento.

Por possuírem grande prática em trabalhos braçais, os africanos foram tragos para o Brasil para fazer inúmeros serviços, realizados em todas as áreas disponíveis para a expansão da riqueza dos capitalistas e para o conforto de vida de suas famílias.

Esse povos vinham de seu país até o território brasileiro nos porões dos navios negreiros e por esse motivo, muitos deles não conseguiam sobreviver e morriam no longo da viagem. Ao serem desembarcados no Brasil, eram disputados e comprados como se fossem mercadorias pelos senhores de engenho e pelos grandes fazendeiros.

A humilhação, a violência e a crueldade foram utilizadas como forma de “domesticação” desses cidadãos escravizados, onde todos tinham que obedecer as ordens de seus patrões e capatazes para proteger a si e a sua família. Muitos sofreram diversas agressões e até mesmo morreram por desobedecer as regras de seus donos. Nesse período também dizem que foi inventada a capoeira, uma prática de dança e luta inventada por esses escravos para se defenderem das impunidades que sofriam e defender seu povo.

Fim da escravidão no Brasil

Naquele momento, a escravidão mesmo vista por alguns como uma barbaridade, era considerada um ato normal entre os capitalistas – que comandavam toda a sociedade. Os escravos por quase 300 anos, foram os principais responsáveis pelo avanço da economia do país.

Muitos habitantes se revoltavam com essa prática escravista, mas apenas na metade do século XIX que os passos para a libertação dos escravos começaram a ser implantados. Um dos principais destaques nesse processo foi Joaquim Nabuco, um dos nomes mais exaltados do grupo de abolicionistas nesse período.

Joaquim Nabuco
Joaquim Nabuco

1850

Esse foi o primeiro passo para a abolição da escravidão, onde o tráfico desses povos já não era mais aceito no Brasil.

1871

Nesse período, foi promulgada a Lei do Ventre Livre no país, onde todos os filhos de escravos que nascessem a partir dessa decisão, seriam livres.

1885

Nesse ano foi promulgada a Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva Cotegipe, onde alguns benefícios eram destinados aos escravos que possuíam mais de 65 anos de idade.

1888

Apenas no dia 13 de Maio de 1988, a princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, criou e promulgou a Lei Áurea, que dava a liberdade total a esses escravos e abolia de uma vez por todas esse processo do Brasil.

Princesa Isabel
Princesa Isabel

Apesar do fim da escravidão, os abolicionistas não tiveram a consciência de reintegrar esses indivíduos a sociedade. A partir de então a discriminação e a exclusão econômica persistiam em conviver junto a esses povos e desde esse período – século XX -, os negros encontrados no Brasil – e diversas outras entidades – lutam pelos seus direitos, para que nenhuma desigualdade seja aceita em meio de uma sociedade considerada então como livre.

Como é feito a cachaça

A cachaça é um bebida muito popular no Brasil, mas antigamente era vista como produto inferior, por ser consumida pelos escravos, e parte da população mais pobre do país, diferenciando-se da sociedade de classe alta que preferiam os vinhos portugueses. Aos poucos, os engenhos onde se fabricava a cachaça foram se expandindo e ganhando cada vez mais adeptos ao consumo da bebida. Como medida protecionista, os lideres do Brasil colônia decidiram proibir a fabricação e circulação da cachaça, com a justificativa de que assim evitariam problemas de bebida com escravos.

negros
Escravos no engenho de cachaça.

Mesmo com essa e outras medidas, a cachaça se transformou em um símbolo nacional de grande evidência. Representantes de grupos sociais da alta sociedade começaram a apreciar a bebida e consumi-la com mais frequência. Considerada atualmente como a bebida tradicionalmente brasileira, a cachaça é fabricada de maneira simples, seguindo padrões similares em diferentes engenhos. No entanto, para ser classificada como cachaça, a mesma precisa obedecer os parâmetros determinados no Decreto n° 2314, de 97,onde está contida a regulamentação de classificação de bebidas.

cachaça de alambique
A fabricação de cachaça ocorre seguindo basicamente os mesmos processos da fabricação do etanol combustível.

A cachaça, deve conter a cana-de-açúcar como matéria-prima e manter a graduação alcoólica entre 38% e 54% em volume, isso a 20° C, podendo ter adição de até 6 gramas de açúcar por litro. Existem dois processos de fabricação da cachaça – produção artesanal ou de alambique e produção industrial. Na produção industrial, existe um grande cultivo de cana-de-açúcar, para produção em larga escala, onde são utilizados colunas de destilação e tonéis de aço inox, além de ser acrescentado produtos químicos no processo de fermentação, não fazendo a separação da parte nobre do destilado.

A produção artesanal, geralmente possui uma escala menor por ser administrada pelos pequenos produtores, que grande parte utilizam mão-de-obra familiar. A destilação é realizada dentro de alambiques feitos em material de cobre, facilitando a fermentação natural.

Todo o processo de fabricação da cachaça segue o esquema a seguir:

A cana-de-açúcar é escolhida não deve conter gomos rachados, e precisa estar madura e limpa. Logo que é colhida, a mesma tem que ser comprimida, pois quanto mais fresca for melhor será a sua extração. Depois desse processo, a cana para a moagem, dentro de uma máquina com cilindros giratórios, vai sendo extraído o caldo, com cerca de 70% da massa da cana.

O restante dessa extração é o bagaço, que pode ser descartado ou utilizado como combustível para fornalhas, no caso de produção artesanal. Depois o líquido vai para fermentação que acontece em dornas, tipos de tanques apropriados para esse fim. Nesse momento podem ser acrescentados produtos para aumentar as leveduras do caldo, o que significa a presença de grandes quantidades de fungos microscópicos, que agem transformando o açúcar em álcool.

cachaça
Barril de Cachaça. 

Após ser fermentado, o caldo denominado como vinho, já possui cerca de 12% de álcool. Este então é colocado em outra máquina caldeirão aquecido para que seja destilado. Ao atingir a temperatura de 78,3 Cº, o álcool etílico do vinha se evapora, mas esse vapor volátil sobe por uma coluna e acaba ficando líquido novamente, isso porque o o mesmo passa por um tipo de serpentina resfriada a água.

Após esse processo, a cachaça já está pronta, contendo aproximadamente 38% a 54% de álcool, podendo ser embalada em garrafas ou mesmo ser envelhecida em barris de madeira. Podem ser utilizados várias substâncias, principalmente no processo industrial, como a adição de ácido sulfúrico, que serve para prevenir a contaminação por bactérias.