Qual a diferença entre ética e moral resumo

o que significa moral e ética

Muitas pessoas se confundem sobre moral e ética, as duas prevem condutas que devem ser seguidas por um ou mais indivíduos com foco em estabelecer uma sociedade melhor para viver segundo os padrões estabelecidos pela mesma.

Ética: é uma reflexão sobre a moral e envolve um conjunto de condutas que devem ser tomadas por uma pessoa sem que ela necessite de regras pré-estabelecidas para isso, ou seja, são conhecimentos extraídos de uma reflexão sobre a moral.

Por exemplo, se uma pessoa deixa cair um celular na rua e você avista, você pega o celular e devolve imediatamente à pessoa. Essa é uma conduta ética que partiu por iniciativa própria.

o que significa moral e ética
Moral e Ética
(Foto: Reprodução)

Moral: são normas ou regras estabelecidas por um grupo que servem como orientadores sobre o que é correto e o que é errado, ou seja, elas são aplicadas a todos os indivíduos que as devem seguir como um ponto norteador do comportamento de uma pessoa em uma sociedade. Por exemplo, ter uma única esposa é uma conduta moral pré-estabelecida pela sociedade brasileira, já em outro países ter mais de uma esposa é algo normal que não foge a moral.

Diferença entre ética e moral

Existe certa semelhança entre ética e moral. Estes dois termos designam forma de tratamento social, importantes para um bom convívio social que se desmembram em vários âmbitos como ética no trabalho, moral social, moral política, ética politica,etc. Mas cada termo carrega um conjunto de definições distintas que se aproximam em sentido e se distanciam na conotação social.

ética e moral
Diferença entre ética e moral. (foto:reprodução)

Poderíamos definir os dois termos de várias maneiras, mas em um balanço rápido dos significados podemos colocar a ética como conjunto de normas individuais que cada pessoa aclama à si, buscando está de acordo com o senso comum e estabelecendo o bem estar social, não sendo necessariamente colocado como padrão único. Esta baseia no individualismo, portanto não podendo haver uma definição clara de comportamento ético, mas socialmente é aceito apenas com podrões considerados “corretos”.

A moral já tem um caráter  social, sendo estabelecido pelo grupo (sociedade), formando todo um conjunto de conduta já implantado. Previamente, em tempos imemoriais  que dificilmente são alterados, baseiam-se padrões tradicionais. A moral é indiferente ao individualismo, resultando em verdadeiros padrões que estabelecem normas para serem seguidas por todo o grupo, definindo a distinção entre o “correto” e o “errado”.

Por mais que os termos se aproximem, principalmente pelo fato que determinarem caminhos à serem seguidos ou definições de boa conduta, eles se distanciam na própria aplicabilidade. A moral como foco de uma sociedade em estabelecer regras, não necessariamente escritas e a ética como regra do bem comum que de certo modo já deveria estar inerente às pessoas ou grupos, pois se faz na própria formação do individuo.

Se fizermos uma simples analise do nosso próprio convívio social, teremos exemplos claros do que é moral  é ética, em termos mais simplificado podemos citar ações que definem  ética como  educação direcionada à outros indivíduos ou seres e a moral como o simples comprimento da lei e seus deveres.

Comportamento ético nas sociedades democráticas

Toda a sociedade em si engloba inúmeros fatores, mas a ética é essencial para uma boa convivência em qualquer meio, seja ele político, social, econômico e democrático.

O que é uma sociedade democrática?

Uma sociedade democrática é aquela que governa a si mesma, que possui opiniões próprias e vontade soberana em decisão da maioria de seus componentes. O respeito nesse contexto é priorizado em fator organizacional. As decisões são tomadas e exercidas de acordo com a visão do maior número de pessoas que almejam ou não tomar tais decisões e com isso alguns conflitos são impostos a essa sociedade.

O que significa a ética?

Coletivo democrático

A ética é corresponde a todo o valor moral e de princípios que um ser humano pode possuir. É com ela que sabemos o caráter das pessoas que estão a nossa volta. Esse fator comportamental não é uma lei em si, mas é algo que todos devem possuir em seu interior e utilizar sempre.

O seu principal conceito é o de fundamentar as ações morais de um indivíduo ou de um grupo pela razão, não por obediência, costumes ou hábitos recebidos como acontece com a moral.

Sociedade democrática e ética

Em uma sociedade democrática, a ética é extremamente importante pois somente ela impõe o respeito e a visão ampla de resolução de todos os problemas que possam surgir. Entender a decisão de uma maioria e deixar sua visão ser imposta por outra completamente diferente é difícil para muitas pessoas, e é nesse ponto que a ética tem que estar presente, mas como isso raramente acontece, é dito então que o principal problema de uma sociedade democrática e o que é responsável pelo seu mal funcionamento é a falta de ética.

Um coletivo democrático deve saber respeitar todas as opiniões ditas em qualquer âmbito. Se a ética não estiver presente em visão com a razão em diversos momentos, esse grupo se desarticula e não tem um bom funcionamento.

A ética funciona então como um fator chave para a sociedade democrática ser relevante , ter uma boa postura, ser firme e ter uma boa estrutura.

Portanto, um bom agrupamento democrático é aquele que se baseia em princípios humanos, que sabe respeitar os seus limites e o das outras pessoas de forma igualitária, onde o comportamento ético é responsável por orientar todos os fundamentos e a moral para que o poder nessa sociedade seja assim distribuído de uma forma que beneficie a todos, de maneira justa e respeitosa.

Pensamento ético de Aristóteles e suas descobertas

Os gregos foram sem dúvida, a base principal do pensamento ocidental na Europa que consequentemente espalhou-se para as Américas depois de muitas adaptações. Mesmo as vezes sem notar, vivemos com heranças do pensamento grego em nossas vidas quotidianas e os estudamos sem mesmo saber que grande parte dos conhecimentos provém deles.

Grande parte dos esquemas de pensamento racional produzidos pela igreja católica e mais tarde retomados por outros cientistas sociais e filósofos, provém dos textos gregos escritos há séculos antes. Sem dúvida, os pensadores gregos estavam num momento de grandes debates e conhecimento quando produziram tão valiosos escritos.

A Ética Aristotélica – Questão da Alma

Aristóteles talvez tenha sido um dos mais conhecidos autores gregos. Em sua obras, ele problematiza questões já discutidas por outros pensadores gregos como Platão e Sócrates, principalmente do que se diz respeito a alma e os anseios humanos.

De acordo com Aristóteles, todos os seres possuem um motor que os impulsiona, algo que gera suas ações e reações e transcendem a sua essência. A esse

Estatua de Aristóteles
Aristóteles

elemento essencial, Aristóteles assim como Sócrates e Platão, chamou de alma.

Cada tipo de ser possui um tipo de comportamento e de expressão na vida própria. Nesse caso, os tipos de alma seriam diferentes de acordo com as capacidades das espécies. Os vegetais por exemplo, possuem uma alma vegetativa, que corresponde às funções de reprodução e crescimento.

Já os animais, além de conterem uma alma vegetativa, contém também uma alma sensitiva, devido ao fato deles serem dotados de percepção do mundo ao seu redor e poderem se movimentar de forma satisfatória.

O homem grego por sua vez, além de ter as duas almas já explicitadas acima, possui uma alma intelectiva, pois essa se refere além das outras capacidades, a capacidade de racionalizar as coisas e questões, a capacidade do pensamento.

A Questão da Ação

O homem, dotado de faculdades intelectivas, seria capaz de racionalizar suas ações que poderiam ser feitas ou não para aquilo que ele mesmo considera bom ou agradável para ele. Para isso, os atos dos homens são nada mais nada menos do que a busca pela felicidade (conceito grego de eudaimonia).

O motivo pelo qual buscamos a felicidade para Aristóteles, se justifica por ela mesma ser uma aspiração incondicional da experiência humana. Isso porque a felicidade é o fim último e completo, não sendo possível obter nada mais após dela. Dessa forma, a felicidade possui em si própria um sentido completo.

Durante a vida, o homem realizaria seus atos em busca da felicidade e que para isso, deveria agir de acordo com a moral e virtude da racionalidade, de sua condição natural de intelecto, algo que o diferencia dos outros seres. Como o intelecto é a única virtude que pertence só ao homem, então seria somente por meio dessa virtude que este alcançaria a eudaimonia, enquanto potência.

A Ética de Aristóteles

Apesar da razão ser potência natural e exclusiva do homem, não só de razão o homem é constituído, pois as outras almas também estão presentes em sua natureza. Por esse motivo, os homens poderiam ser levados por outros impulsos naturais que não o intelecto.

Como face disso, os desejos e apetites são comuns a parte sensitiva de nossa essência, e ceder somente a eles seria agir contra a virtude racional proposta para alcançar a felicidade. Uma vez considerado que sentir os desejos e apetites seja também de nossa natureza, isso não nos seria proibido.

Porém, a ética entra como reguladora dos desejos das outras essências para um bem comum, que no caso seria a felicidade. O homem pode ter os desejos e apetites, desde que regulados abaixo do intelecto e racionalidade. A conduta humana então, determina nossa condição virtuosa ou maléfica, na medida em que escolhemos ou não a racionalidade.

Aristóteles não considera os impulsos de desejo como sendo involuntários ou frutos de uma certa ignorância da parte irracional do humano. Os considera voluntários e normais a condição de homens, porém com a possibilidade de serem regulados de forma ética pela racionalidade. Chegando assim, ao estado de sujeito autônomo, que é capaz de responder pelos seus atos e reconhecer suas capacidades livres perante isso.