Qual foi a Era Vargas

A Era Vargas é a acunha que se dá ao período história política brasileira em que Getúlio Vargas permaneceu no poder. Esse seu governo foi marcado por rupturas e mudanças substanciais politico- econômicas. Sua estádia durou cerca de quinze anos onde podemos subdividir em três momentos, Governo Provisório ( 1930 – 1934), em seguida Governo Constitucional ( 1934-1937) e Estado Novo ( 1937- 1945).

 A revolução de 1930, movimento armado movido pela aliança liberal que  destituiu o presidente Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes ganhador das eleições daquele ano, com isso, encerrou a República Velha e sua longínqua política do café-com-leite. Getúlio Vargas, representante dos liberais na disputa presidencial, o movimento contra posse do novo presidente já estava sendo orquestrado, e ganhou ainda mais força após o vice candidato de Vargas, João Pessoa, ter sido  morto em Recife. Então 3 de Novembro de 1930 Getúlio Vargas assumiu o poder, que como ele afirmava, ” Provisório”, que foi fomentado se tornando cada vez mais sólido.

Foto de Vargas
Após a Revolução de 1930 Getúlio Vargas assume o poder do Brasil

Governo Provisório

Com a posse de Getulista permaneceram apenas a oligarquia mineira e Gaucha, todas as demais foram rechaçadas, o foco dessa nova administração tinha como principal finalidade reorganizar o país e logo iniciou o processo centralizador, exercendo o executivo e o legislativo de forma simultânea.

Como a economia brasileira ainda era essencialmente cafeeira, os latifundiários estavam bem enraizados a administração dos estados, e para anular o poder dos coronéis, Vargas exonerou os governadores e no lugar colocou tenentes de sua confiança, estes que foram muito importantes para que o governante chegasse ao regência. Em resposta a isso, representantes das velhas oligarquias começaram a se organizar, o que em São Paulo resultou na Revolução Constitucionalista de 1932, que exigia a convocação de uma Assembleia Constituinte.

Mesmo sendo vencidos, as revindicação dos paulistanos foram atendidas e o processo eleitoral para a Constituinte foi iniciado, o que deu ainda mais legitimidade para o Executivo, e 1934 foi protelada a Constituição, que entre outras coisas, instaurou o voto secreto, o voto das mulheres, criou e leis trabalhistas.

Governo Constitucional

Devido ao apoio que conquistou, Vargas conseguiu mais um mandato, contudo duas frentes ideológicas começaram a disseminar, pelas rédeas da Ação Integralista Brasileira (AIB) e Aliança Nacional Libertadora (ANL). A primeira, fortemente esteada no fascismo de Mussolini e de Hitler pretendendo um maior controle da economia e a negação dos direitos de autonomia individual, e a segunda, encarnava uma vertente socialista, lutando por reforma agrária, acensão proletária, ideias soviéticos pautados em Marx.

Foto dos políticos da Era Vargas
Ao decretar estado de sitio do país, Vargas começa a dar as premissas de um novo período, o Estado Novo.

Vargas que para subir ao poder havia utilizados dos princípios da ANL agora encontrava-se desarticulado com os ideais esquerdistas, e cada vez mais próximo dos intentos da AIB, depois da organização da conhecida Intentona Comunista, que ainda sem muita força acabou sendo frustrada, o presidente decretou Estado de Sítio do país, dissolvendo a constituição, usando como álibi a “ameça Comunista” contando com o apoio do Exercito, dos Cafeicultores e empresários que temiam um revolta com mais articulação. A partir dai Getúlio inicia o chamado Estado Novo, detendo adora o poder Legislativo.

Estado Novo 

Através do Golpe Militar de 1937, em resposta ao questionável Plano Cohen deflagrado pelo próprio governo Getulista, inicia-se o período de ditadura, que substituiu a Constituição de 34 por outra conhecida como “Polaca”, dado o sua proximidade com conjectura fascista polonesa. Esse ato contou com o apoio de uma grande parcela do contingente populacional graças a politica anti comunista, já vinha sendo trabalhada dentro do imaginário das pessoas.

Seu governo é marcado pela censura e controle dos meios de comunicação,  usando com principal artificio para isso o DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ), cassou os contraventores políticos, reprimiu militâncias, desenvolveu política nacionalista, fomentou ainda mais as leis trabalhistas criando a CLT ( Consolidação das Leis do Trabalho ), balizou os preceitos do processo penal, salário mínimo, descanso semanal remunerado, criou ainda, a justiça do trabalho, o Código Penal.

Com a entrada do Brasil na Segunda Grande Guerra cheia de reviravoltas, evidenciou-se uma dualidade política, com a saída do estado de neutralidade o país apoio o grupo dos Aliados, contudo, internamente as conjecturas de governo se orquestravam nos preceitos fascistas, com a decaída dos países do Eixo, o Governo Vargas ganhou ainda mais opositores, o que acabou gerando eleições gerais e o término de uma era. Depois de uma série de manifestações entre elas a Passeata do Silêncio e o Manifesto dos Mineiros, entre outros fatores Vargas foi substituído pelo interino José Linhares, até a subida ao poder do vencedor das eleições Eurico Gaspar Dutra.

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