Historicamente a cidadania foi concedida a restritos grupos de elites

Cidadania tal qual intendemos hoje significa de forma superficial um conjunto de direitos e deveres ao qual o indivíduo está sujeito dentro da sociedade em que vive, como disse Luiz Flavio Borges, “cidadania: direito a ter direito”. Com isso o cidadão pode participar dos processos políticos que regem sua nação. Esse conceito tem como base os preceitos democráticos  por conseguinte, para que os direitos de todos não sejam violados, o deveres também devem ser compridos.

Processo de cidadania  no mundo
Ser cidadão te dá direito a ter direito, e também cumprir deveres cíveis.

Contudo, “Historicamente a cidadania foi concedida a restritos grupos de elites” (VIEIRA, Liszt) e o ser cidadão não era um direito estendido a todos os nacionais, uma abordagem mais abrangente do termo cidadania é um processo um tanto recente, que tem suas bases arraigadas fortemente a Revolução francesa e industrial no século XVIII. As conquistas dos últimos dois séculos, no que tange esse assunto, foram fomentadas não apenas de forma amistosa, é resultado também de muitas lutas dos movimentos sociais.

No mundo clássico ser cidadão não estava imbricado apenas em sua nacionalidade, em Atenas, apenas os cidadão bem nascidos, conhecidos como ” Eupátridas ” tinham direitos políticos, ou seja participar de forma ativa no governo, configuração parecida a configuração de cidadão sancionada pela Carta Magna no século XIII na Inglaterra, que garantia privilégios políticos a uma minoria, os barões ingleses.

Ainda vemos em nossa sociedade que na prática nem todos temos os mesmos direitos, o poder ainda está concentrado nas mãos de poucos donos, que são privilegiados por sua posição social, essa democracia onde todos participem com o mesmo peso talvez seja utópica. Aqui no Brasil por exemplo, a norma é diferente da conduta, desigualdades históricas, mesmo que maquiadas perduram até hoje.

Os direitos dos cidadãos brasileiros foram sendo conquistados através de duros embates, e para que se alcance a plenitude constitucional devemos olhar para o passado e reconhecer de forma crítica todos esses movimentos, e notar os reflexos destes na nossa configuração atual social, só assim poderá avançar com dignidade em busca igualdade.

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